quarta-feira, 11 de julho de 2012

Confissão


O que me compõe é tudo o que minha alma já viveu,  é tudo o que meu corpo já sentiu,  é o que eu me lembro, sonho, sinto: amores, dores, medos, vícios. É o que eu crio para mim e o que eu tiro. Desmorono. E o que fica é só o verdadeiro: componho-me...

O que me habita é tudo o que eu consinto. Tudo que é intrínseco, eu convivo. Todos os “eus” me habitam e todos eles gritam. Fugas, fogueiras, fuzuês. Habitam-me todos os sexos. Crenças, cores, quereres. E eu não fujo: habito-me... 

O que eu conheço é o que eu busco e eu busco só o total. O que toca fundo, o que tem sentido. Meio termo, meio passo, meio vivo; o meio me faz mal. Quem não se conhece aceita qualquer coisa. Não conheço o caminho, mas hei de seguir. Não sei do mundo, mas sei de mim: conheço-me... 

O que eu permito é tudo que me eleva, se não engrandece, não me acrescenta: desce. A luz e a sombra me somam, me mostram, me são. Sou o doce e o veneno, não há o que escolher. Verso e inverso, yin-yang, eu me completo. Não me tiro: permito-me... 

Tudo que minha alma já viveu me compõe e o que me compõe habita em mim e o que habita em mim, eu conheço e o que eu conheço eu permito e o que eu permito, é. Eu sou: permito-me!...

carolina salcides

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